01/11/2015 (19h30) - Atualizado em 02/11/2015, às 09h25

EDITORIAL: A FACE OCULTA DA CP

Os bastidores de uma Comissão Processante ardilosamente arquitetada


Desde as eleições de 2012, a política de Descalvado virou caso de polícia!

Não é de hoje que a população descalvadense vem testemunhando [e amargurando] aquilo que de pior a política brasileira tem a oferecer. Desde o início da campanha eleitoral para as eleições municipais de 2012, infelizmente, a cidade vem sendo mergulhada cada vez mais num fosso sem fundo, de armadilhas, mentiras e de uns tempos para cá, de demagogia e manipulação da opinião pública.

Quem é que não se lembra da armação feita por parte da coordenação da campanha do ex prefeito Calza, que desesperados pela vitória que jamais se concretizaria, empurraram o adversário diretamente para o crivo da justiça eleitoral, deixando assim impugnadas as duas únicas

candidaturas ao cargo de Prefeito Municipal em 2012? Pode se dizer que este foi o grande marco da decadência da classe política descalvadense.

Hoje, grande parte da população entende que o que aconteceu naquele episódio, nada mais foi do que o escancaramento do que existe de mais sujo na política. Infelizmente, o desenrolar de todo este imbróglio acabou levando para a cadeira de Chefe do Poder Executivo, interinamente, a representação daquilo que de pior pode existir em uma administração municipal, principalmente no quesito corrupção e desonestidade. Mas, não se pode jogar a culpa em apenas uma pessoa, já que por trás dele, haviam mãos e mentes bastante conhecidas por todos, e que souberam fazer da máquina pública, um grande enredo de ilusões para parte da população, e principalmente para o funcionalismo municipal.

Não há dúvidas em afirmar que a política de Descalvado pode ser dividida entre A.S e D.S. ['Antes de Sposito' e 'Depois de Sposito']. Essa frase serve tanto para aqueles que são partidários e simpatizantes ao vereador, quanto para aqueles que hoje se tornaram o seu adversário político. O que foi feito durante todo o ano de 2013, onde a farra do boi, a incompetência e o uso da máquina pública para bens estritamente eleitoreiros e particulares, vem se refletindo desde o ano passado, muito antes dessa crise que agora assola todo o país, e que deixou a Prefeitura Municipal à beira de um colapso.

A dívida de R$ 13,5 milhões da Prefeitura junto à Receita Federal - RESULTADO DO MAIOR CALOTE DA HISTÓRIA DESTA CIDADE - sempre foi alvo de críticas deste jornalista, que desde 1991, acompanha de perto os bastidores da Câmara e da Prefeitura Municipal. Mas, mesmo com 25 anos de razoável experiência, só mesmo estando nas entranhas do poder é que a gente aprende realmente quem é quem, e o porque de certas coisas. É incrível, mas o que eu vi e aprendi neste último um ano e oito meses, é de longe, a maior experiência da minha vida!

Quando eu disse ainda em 2013 na coluna 'Politicando' a respeito do 'Caso Castellucci', um cidadão que ocupava um dos cargos mais importantes do governo interino, ironizava a situação e de boca cheia, dizia aos quatro cantos do Paço Municipal que o 'Governo Sposito' iria se eternizar e marcar história na nossa cidade.  Isso me deixava espantado, pois as manobras irresponsáveis que vinham sendo feitas, realmente podiam estender, no mínimo, por mais três anos toda aquela farra.

Em um ano de governo interino, saboreamos uma festa com a aquisição de lousas digitais, câmeras de segurança compradas e instaladas de forma irregular e sob suspeita de superfaturamento; de negociação de propina dentro do gabinete do prefeito; de recibos forjados para o pagamento de pessoal para distribuição de agasalhos arrecadados durante a campanha daquele ano; da contratação de empresa de pesquisas que diz ter entrevistado mais de cinco mil descalvadenses não se sabe pra que; da contratação de empresa para estudo de viabilidade de implantação de usina para reciclagem por meio da queima do lixo, e que custou R$ 80 mil para a entrega de meia dúzia de papel sulfite; da compra de parafusos por metro quadrado; de uma festa de aniversário da cidade que custou quase R$ 1,5 milhões, enfim, de uma farra que deixou os cofres municipais literalmente vazios, e com uma dívida de R$ 13,5 milhões. Isso tudo em apenas um ano!

Mas não cabe mais a mim reviver estes fatos [isso é tarefa do Ministério Público], nem é o foco deste editorial. O foco aqui é a capacidade daqueles que hoje, assistiram e sabem de tudo isso, e agora se aliam ao que de mais podre existe na nossa política. Uma pena ver alguns vereadores [e em especial um ao qual ainda nutro grande amizade e apreço], aliar-se ou compactuar com certas pessoas ou atitudes.

Quando eu entro no prédio da 'Casa da Democracia', vejo uma Galeria de Presidentes formada por homens que deram o sangue e o suor para esta cidade. Homens íntegros, de índole inquestionável, e que agora vão tendo todo o seu trabalho desmoronado em ruínas, frente às atitudes de um pequeno - mais extremamente articulado - grupo, e que tem feito da arte do 'quanto pior melhor', a única missão a ser seguida.

Toda essa introdução me serve para ilustrar, de forma clara e verdadeira, o que de fato existiu por trás do pedido de instalação de uma Comissão Processante contra o atual prefeito, assinada segundo as palavras do experiente vereador Sebastião José Ricci, por um 'politiqueiro de aluguel'. Foi uma ótima definição esta, porém, se o Ricci me permitir, gostaria de acrescentar a palavra "descartável" logo após 'politiqueiro', porque é isso mesmo que o cidadão e pseudo pré-candidato Vagner Basto se tornará em breve.

Toda a armação desta nova manobra politiqueira - que ainda tentaram ludibriar parte da população com uma conotação de que seria um processo de 'impeachment' por conta do que vem acontecendo em Brasília -, começou por meio de uma carta anônima entregue para os vereadores, em um envelope fechado para cada um deles, onde em seu conteúdo havia uma acusação grave e criminosa feita a pelo menos dois vereadores, ao prefeito, a um funcionário da Prefeitura e a um destacado empresário, de índole e caráter inabalável. O estranho, é que antes mesmo de teoricamente saber da existência da carta, o vereador Sposito já sabia inclusive de todo o seu conteúdo! Que coincidência não!?

A carta foi entregue pelo office boy do escritório onde Bastos trabalha, e os envelopes escritos a mão pela secretária daquele local. Outra coincidência já confirmada, é que Sposito e um de seus ex secretários, eram vistos constantemente naquele mesmo escritório, ha pelo menos uma semana antes da entrega da carta anônima.

A postura e a ética do atual Presidente da Câmara acabou minando a entrega da carta anônima, e que seria alardeada de forma sistemática e previamente programada. A atitude correta de Helton obrigou o "ligeiro" gerente de recursos humanos a assumir a autoria do documento sem identificação, para não perder o emprego no escritório no qual trabalha, o que eu acho que ainda deverá acontecer, já que diversos Boletins de Ocorrência já foram registrados e processos pesados começarão a pipocar. Mas, o plano ardiloso não podia parar, e sendo assim, convenceram Bastos a entregar uma nova carta [claro que não escrita por ele], mas desta vez assinada e protocolada pelo próprio 'politiqueiro descartável de aluguel'. Nesta nova redação, as acusações criminosas recaíram apenas sobre um parlamentar.

Restava então saber qual era a verdadeira intenção por trás desta manobra sorrateira, e não demorou muito para que a verdade aparecesse. Na verdade, a intenção era a de literalmente queimar um vereador, insuflando a opinião pública contra ele, acuando-o em uma possível pressão popular no dia de uma votação que poderia lotar o plenário da Câmara.

E qual seria essa votação? É óbvio que a do pedido de CP protocolada pelo mesmo cidadão Vagner Basto, a mando é claro de um grupo que quer, a qualquer custo, tomar a Prefeitura Municipal de assalto, mas agora não mais só para 'fazer um caixinha pessoal' como ocorreu pouco tempo atrás, mas sim para se livrar da enxurrada de processos que tramitam na justiça, e principalmente, para tentar 'minar' o processo que deixou, da noite para o dia, um monte de gente com os seus bens pessoais bloqueados por conta do calote no INSS. E caso você ainda não saiba, um novo bloqueio de bens está para ser decretado já nos próximos dias, em razão da aquisição das câmeras de segurança que até agora não puderam entrar em funcionamento, por serem totalmente inferiores ao que foi comprado. Quanto à Bastos, há informações de que um belo cargo na Prefeitura já estaria arranjado, em recompensa à sua "lealdade e preocupação" com o município de Descalvado.

Infelizmente, para aqueles que ainda apóiam este tipo de política, a população descalvadense não vai deixar-se ser novamente enganada, e uma a uma, as máscaras já estão caindo. Todos os dias, converso com pessoas de todas os níveis sociais e de todas as regiões da cidade. Cada uma, a seu modo, acaba revelando o sentimento de descrença nos políticos da nossa cidade, sem dúvida um reflexo deste que se transformou no maior entrave do desenvolvimento do município.

Quanto ao 'politiqueiro descartável de aluguel', esse com certeza vai abrir o bico rapidamente, entregando às autoridades competentes [assim que se ver sozinho e com um belo 'nabo no feofó'], os nomes de todos aqueles que o convenceram e o municiaram de coisas que ele ainda nem imagina como funcionam. Lembro que essa tese é corroborada por mais da metade da cidade, conhecedora do "ilibado caráter e perfil" do autor das cartas que deixaram de ser anônimas, e do pedido de CP que tentava devolver a Prefeitura para as mãos de quem justamente a enfiou no buraco no qual se encontra!

Abaixo, transcrevo na íntegra a reportagem que saiu neste final de semana no jornal 'Folha de Descalvado', cujo título utilizei para este editorial. Com as informações acima, todos poderão tirar as suas conclusões sobre mais este episódio lamentável da nossa política.
 

Oposição é ‘desmascarada’ na tentativa de tomar a Prefeitura

Passeata de ‘impeachment’ é dispersada antes mesmo de acontecer. Autor de pedido de CP pode estar ligado a vereador que já foi prefeito interino em 2013 e está com seus bens bloqueados pela Justiça. 

Pedido de instauração de uma Comissão Processante (CP) contra o atual prefeito de Descalvado, Henrique do Nascimento (PMDB) é derrubado por cinco vereadores e tentativa de tomar a Prefeitura no ‘tapetão’ pela oposição foi desmascarada frente à população que lotou o Plenário da Câmara Legislativa, na noite da última segunda-feira, 26. No mesmo dia outro pedido de CP foi protocolado contra três vereadores da oposição: Anderson Sposito (DEM), Argeu Reschini (PROS) e Vick Francisco (PPS) que  poderá ser lido e colocado em votação no próximo dia 3, terça-feira, às 9h. Os vereadores correm o mesmo risco a que quiseram expor o prefeito, podendo ser afastados de seus cargos.

A 39ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal realizada na noite de segunda-feira, 26, foi uma das mais aguardadas pelos munícipes que se aglomeraram em frente à Casa da Democracia antes mesmo dela começar, por estar incluso na pauta a votação do pedido de instauração de uma CP contra o atual prefeito municipal, protocolado pelo gerente de Recursos Humanos, Vagner Bastos. O recebimento da denúncia foi rejeitado por cinco vereadores da situação: Edevaldo Benedito Guilherme Neves (PMDB), Ana Paula Peripato Guerra (PT), José Dias Bolcão (DEM), Sebastião José Ricci (PP) e Rubens Algarte de Rezende (PSDB),  e o pedido  arquivado.

Para ter prosseguimento a constituição de uma CP a denúncia teria que ter oito votos favoráveis e não seis. Como o protocolo foi feito por cidadão comum e pelo número de votos favoráveis lhe cabe recorrer ao poder judiciário ingressando com uma Ação Civil Pública, para que o judiciário também investigue as irregularidades apontadas na denúncia.

Segundo informações de munícipes dentro do Plenário, já estaria correndo de porta em porta a arrecadação de assinaturas para o pedido de ‘impeachment’  contra o prefeito prevendo que o pedido de CP fosse rejeitado pela Câmara.

O pedido de CP foi protocolado na Câmara no último dia 22, quinta-feira, e incluído na pauta de segunda-feira com denúncias de que o prefeito teria cometido diversas irregularidades durante sua administração (próxima há completar dois anos). O denunciante, Bastos se baseou no Decreto-Lei 201/67 que dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores  e trata dos crimes sujeitos ao julgamento que pode levar à perda de mandato.

Desde o anúncio do pedido de cassação um carro de som esteve circulando pelas ruas e bairros da cidade chamando a população para uma ‘passeata de impeachment’  contra o prefeito, que teria encontro de partida nas imediações do Palácio do Povo, por volta das 19h30 em caminhada até à Câmara Municipal.

Segundo o denunciante sua atitude não está atrelada a nenhum grupo político. “Esse foi um trabalho somente meu... Não tem ninguém envolvido...  Fiquei revoltado por um amigo/irmão estar sendo perseguido pela atual situação”, respondeu Bastos em contato pela rede social. Segundo ele essa pessoa é parente do vereador Sposito. E por Descalvado estar sendo prejudicada por essas brigas e vinganças políticas. “Quem mais sai perdendo é a cidade nisso tudo”, falou.

Devido  a uma rápida movimentação da equipe do governo Henrique temendo que a passeata pudesse trazer transtornos à população e que pudesse ‘virar baderna’ vários Boletins de Ocorrências foram registrados contra os organizadores da passeata e o comando da PM solicitou reforço do policiamento de São Carlos para garantir a integridade nas ruas e no espaço da Casa da Democracia.

Ao final a passeata não aconteceu. Segundo Bastos havia a suspeita de que pessoas ligadas à administração se infiltrariam no movimento com intuito de denegrir a imagem dele e praticar vandalismos, por isso dispersou quem compareceu ao local marcado, mas ele seguiu até à Câmara.

A PALAVRA DO PREFEITO - "Infelizmente, este pedido de CP analisado pelo Poder Legislativo durante a última sessão, demonstra mais uma vez, a quantas anda a politicagem barata praticada em nossa cidade, e que em nada ajuda o município a sair do momento delicado em que se encontra. Eu poderia descrever aqui todas as razões e interesses particulares que levaram o senhor Vagner Bastos a participar desta manobra sorrateira e desesperada articulada pelos seis vereadores e por pelo menos dois servidores municipais, mas vou citar apenas a notícia de uma possível promessa de emprego na Prefeitura que ele recebeu, caso esta nova armação prosperasse. Mas, prefiro deixar que as palavras ditas pelo vereador Ricci continuem a demonstrar por muito tempo para toda a população descalvadense, a verdade que existe por trás de tudo isso. Eu só posso lamentar muito por todos aqueles que ainda se sujeitam a deixar de lado a chance de fazer um trabalho sério em benefício da cidade, para agir puramente em benefício próprio ou então de um pequeno, mas ardiloso grupo", declarou o prefeito Henrique ao ser contatado no dia seguinte ao fato. 

Denuncia versa sobre assuntos que serão analisados pelo Tribunal de Contas - “Fato é taxado de politiqueiro e oportunismo para a prática de vinganças pessoais e políticas”. Presidente da Câmara diz não querer prejudicar o prefeito

Desde 2014 esse é o terceiro pedido de abertura de CP contra o prefeito – todos rejeitados pela Câmara - e no ponto de vista do atual presidente da Câmara, o vereador Helton Venâncio (PSDB) este foi o mais fundamentado.

O protocolo de denúncia com pedido de afastamento do cargo do prefeito incluiu vários itens já investigados na CPI da Intervenção da Santa Casa, e outros referentes ao índice prudencial permitido que ultrapassa os 54% (folha de pagamento); sobre a redução de jornada de trabalho do funcionalismo público de 8h para 6h, mas com pagamento integral das 8h - o que não indica economia; sobre um empenho de pagamento de R$ 1.100 milhão à empresa responsável pelo transbordo do lixo – valor referente a pagamentos em atrasos e outros assuntos que envolvem a Associação da Irmandade da Santa Casa de Descalvado e desatualização do Diário Eletrônico Oficial do Município. Segundo o vereador Edevaldo Guilherme, parte dos itens deve ser apreciada pelo Tribunal de Contas ao fim do exercício e depois encaminha para o Legislativo.

Manobra ardilosa - “Votei favorável à abertura  da CP, porque tinha certeza que se fosse aprovado o prefeito iria conseguir uma liminar  e não iria ser afastado. Eu acho que o prefeito teria que ser investigado, mas não afastado de seu mandato”, esclareceu. “Eu acho que as coisas têm que ser transparentes na administração pública e zelo por isso. Não quis prejudicar o prefeito”, frisou Venâncio e completou que se nada fosse comprovado contra ele – se tivesse sido aprovada a CP  e não constatasse nenhuma irregularidade - seria um atestado da idoneidade de Henrique.

O advogado de orientação jurídica do prefeito, Luís Luppi, de São Carlos que analisou o pedido de CP informa que este é mais um fato “politiqueiro’ da oposição, onde ‘alguns’ tentam de todas as formas meios de praticar sua ‘vingança’ pessoal e política para desestabilizar a atual administração que não cede  aos caprichos da oposição.

Fica claro que uma manobra ardilosa está sendo tentada para se chegar à cadeira do executivo, a qualquer ‘custo’ (?). Tirar um prefeito que vem ultrapassando os obstáculos para adaptar a administração ao novo cenário macroeconômico e conscientizar tanto a população quanto o funcionalismo público da necessidade de união, colaboração  e compreensão quanto aos cortes nas despesas e redução nos serviços prestados, para se colocar um vice prefeito que desde que eleito só comparece para pegar seu pagamento e nada mais, além de trabalhar contra o grupo que o elegeu.

PALAVRAS SEM NEXO - “Eu sou totalmente contra essa abertura pra investigação dessa Comissão Processante e eu espero também e peço que todos os vereadores votem a favor dessa Comissão Processante pra mostrar  pra nossa população o que aconteceu, tem mais coisa ainda pra acontecer e não é só da Santa Casa”, esse foi um dos trechos proferidos pelo vereador Anderson Sposito (DEM), que dá um nó na lógica de quem o escuta.

Primeiro fala ser contra a CP e incita os demais vereadores a serem favoráveis. “Eu queria dizer que essa Comissão Processante  ela é tão diferente da que aconteceu em 2013, que em 2013 não sei se vocês se lembram, mas eu fui o prefeito interino e a mando do vereador Edevaldo, ele mandou o seu pupilo Barbatto acompanhar um cidadão, que é o senhor Luiz Lefcadito, Tuca, a protocolar uma CP aqui, nesta casa, que foi meramente política”, lembrou o vereador.

E o ‘canário’ cantou:  “Querem colocar um vice que aparece só pra receber salário” - O vereador Ricci assumiu a palavra com bastante eloquência  dizendo que a população de Descalvado está sendo usada por outros interesses e o exemplo hoje é de “ladrão contestando ladrão” e que já havia feito denúncia ao Ministério Público (MP) sobre o carro de som e seu locutor e contra o denunciante Bastos, por ser um “politiqueiro de aluguel a serviço de meia dúzia de interesseiros, de politiqueiros que querem a Prefeitura a qualquer custo”, segundo as palavras do vereador.

Ricci ainda teceu vários exemplos de corrupção e como troco aos aplausos feitos pelos presentes às falas de Sposito pediu que o povo cobre dele o dinheiro gasto com as Câmeras de Seguranças, que está sob investigação no MP e que até hoje não funcionam; bem como os R$ 700 mil repassados à Santa Casa em 2013 que até hoje não chegou na entidade e que também é dinheiro do povo.

E se a meta da oposição é derrubar o prefeito para que o vice assuma, Ricci lembrou das promessas do dr. Paulo Guerra ainda em campanha eleitoral no final de 2013, como as melhorias na Saúde e que “desde que eleito só vai na Prefeitura para receber seu salário”, “ele quer o cargo a qualquer custo para beneficiar meia dúzia de pessoas”, declarou o vereador.

Na sequência os vereadores favoráveis à abertura da CP cada um usou a palavra para defender os seus motivos relacionados às denúncias contidas no pedido de Bastos.

A máscara caiu: autor de denuncia é autor de cartas anônimas - Vereador e ex-prefeito interino responde a uma vasta lista de processos

O vereador Edevaldo Guilherme disse que a votação dessa CP é uma encenação na tentativa de tomar a Prefeitura de ‘assalto’, pois Bastos não teria aproximação com a Prefeitura, mas sabe quem foi que o municiou com as informações para protocolar a denuncia.

O vereador Sposito teria procurado pela empresa onde Bastos trabalha para orientação de como ocultar  seus bens que  estão bloqueados pela Justiça  e para que a Prefeitura não fosse ressarcida dos valores  que ele desviou e em seguida Bastos enviou à Câmara uma carta anônima denegrindo a imagem de vários vereadores e uma outra denegrindo a imagem da vereadora Paula. Chegou-se até Bastos como autor das cartas por ele ter que se responsabilizar pela correspondência levada pelo entregador da empresa que trabalha até a Câmara Municipal.

“Onde é que estavam os vereadores de oposição quando denuncias gravíssimas foram feitas aqui contra o vereador Sposito? Ele que gerenciou a cidade por apenas um ano, que esteve à frente da Prefeitura e saiu levando consigo essa relação de processos que não acaba mais (relação mostrada em telão), ele responde por desvio da Castelucci que hoje deu um prejuízo ao município de R$ 13 milhões, R$ 1,4 milhão de Câmeras de Monitoramento como já foi dito pelo Ricci; R$ 1,5 milhão de Lousa Digital superfaturada, e esse é o homem que vem dizer que o dinheiro é meu, é seu”, enfatizou Guilherme que cobrou a devolução desses valores que é dinheiro do povo.

Outro assunto relembrado em telão foi o vídeo que denuncia o suposto pedido de propina a um empresário, dentro do gabinete do prefeito interino em 2013. Um pedido de R$ 30 mil para pagamento de imposto particular da empresa de Sposito, fato que culminou num pedido de abertura de CP, também rejeitado pela Câmara.

Com tudo isso, os investigadores viram investigados - Na manhã do dia 3, em Sessão Ordinária, a Câmara levará a Plenário o pedido de abertura de CP protocolado pelo cidadão Marcos Paulo, na tarde do dia 26, contra os vereadores Sposito, Argeu e Vick, também com base no Decreto-Lei 201/67 que  se aprovado investigará fatos que se comprovados, podem levar à cassação de seus mandatos.

Pesa contra Sposito o calote à Receita Federal e o pagamento de R$ 1,8 milhão à empresa que calculou o calote (Caso Castelucci), com dinheiro pego de várias secretarias municipais, entre elas a Saúde e outros itens já mencionados por Ricci e Edevaldo.

Contra o vereador Argeu a denúncia é de que parentes teriam recebido cestas básicas e salários de R$ 2 mil, em 2013 e a contratação para a distribuição de agasalhos sem concurso público ou processo seletivo, ação que deveria ser feita pela Assistência Social; além da renovação de contrato de prestação de serviços de sua empresa com a Prefeitura, ocupando o cargo no Legislativo.

Vereador Vick é citado por ter se utilizado do instrumento da CPI da Santa Casa para atacar pessoas contrárias aos seus interesses políticos e ou de seu grupo, agindo com plena parcialidade  ao fabricar ‘culpados’ e de ter omitido a malversação de recursos públicos pelo por um ex-secretário de Administração da gestão interina que teria recebido remuneração por prestação de serviços que não ocorreram.

Há informações ainda de que o denunciante pretende incorporar novos fatos às denúncias e  como não houve tempo hábil para suspender da pauta de terça-feira, deverá protocolar um segundo pedido de investigação.
 

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