Leonardo Bolsoni Molers, 30 anos, e Marcos Aurélio Zucchini
Júnior, 41, abriram uma oficina mecânica no Jardim Brasil, em
2006. Os dois amigos apostaram no ramo e não se arrependem, pois
consertam até 30 carros por semana.
“Desde os 13 anos,
quando fiz curso no Senai [Serviço Nacional da Indústria], nunca
saí do ramo. Apostamos no que tinha de mais vantajoso, que era
uma oficina. Tudo começou a melhorar depois de três anos”,
afirma Leonardo.
Já Antônio
Carlos Trostdorf, 53, tem uma oficina há 33 anos no mesmo
bairro, a Vila Xavier. De lá para cá, ele afirma que muita coisa
mudou. Antes, por exemplo, a quantidade de serviços era menor e
mais simples.
“Antigamente, se
um assistente passasse cinco meses numa oficina, ele saberia o
que um mecânico precisa aprender. Hoje, engana-se quem acha que
mecânico não precisa estudar”. O lucro também está maior. Cerca
de dez carros passam por dia no estabelecimento, que possui
quatro funcionários. “Há um aumento grande em relação ao início
da empresa. Hoje, chegam muito mais carros e os problemas são
variados”, completa.
PRÓPRIO NEGÓCIO
- Depois de trabalhar por dez anos como mecânico em uma oficina,
Weslen Tiago de Almeida, 27, resolveu abrir sua própria empresa
em julho do ano passado, na Vila Xavier. “Foi uma oportunidade
que eu tive de melhorar profissionalmente. O setor tem tendência
de crescer, pois cada vez há mais carros”, diz.
Além da frota
maior, outro fator que contribuiu para Weslen abrir sua oficina
foi a escassez de mão de obra. “Muita oficina precisa de
mecânico bom e não consegue achar. Antes, um maior número de
alunos fazia cursos técnicos”, afirma o mecânico, que fez dois
anos de aulas no Senai.
SALÁRIO EM ALTA
- “É impossível separar a evolução do setor de oficinas
mecânicas ao maior número de automóveis na cidade. A proporção é
de quase um veículo por habitante com idade permitida para
habilitação de dirigir”, analisa o economista do Sincomércio,
Jaime Vasconcellos.
O especialista
também aponta um aumento no rendimento médio dos mecânicos — em
2012, segundo a Rais, o valor era de R$ 1.745,80.
“Descontando o
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) [inflação oficial],
o crescimento real deste rendimento é de 33% em cinco anos”. O
mecânico Denílson Lourenço, 42, está satisfeito com o salário
que recebe atualmente.
“Quando comecei
[há quase 30 anos], o salário era baixo e eu não tinha outra
opção. Agora, consigo sustentar minha filha e minha mulher”, diz
o profissional, que recebe cerca de R$ 3 mil (o valor varia em
cada mês).
De acordo com o
economista, a tendência do setor para os próximos anos ainda é
positiva. “Não se espera um esgotamento da demanda em curto
prazo. Além disso, o cuidado com o automóvel tende a ser cada
vez maior por parte de seus proprietários”, afirma Vasconcellos.
O aumento de
carros e da demanda nas oficinas, em sua análise, “é sinal de
aumento do poder de compra e de acesso ao crédito por parte das
famílias para a aquisição do automóvel”.
*Fonte:
Araraquara.com / Foto: Nina Lima
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